terça-feira, 20 de setembro de 2011

Não é depressão.É medo



Muito sono era sua queixa.Sem vontade de fazer as coisas, segundo me contava.Parou de estudar quando casou, há 2 anos.Gostaria agora de voltar a estudar e trabalhar.O marido apóia, mas, segundo ela, " não me incentiva".O casal optou por não ter filhos, por enquanto.Alimenta-se  normalmente, boa aparência, digo, unhas e cabelos cuidados, bem vestida.Fala de forma tranquila, com detalhes de sua vida.


"Eu tenho depressão".Já me trouxe o diagnóstico."Se não estivesse deprimida, teria iniciativa para sair de casa, procurar trabalho, retornar a faculdade".Quando pensa em fazer isso, sente-se cansada e com sono.E dorme.Dorme de tarde, quando geralmente já terminou as tarefas do lar e não há mais nada a fazer.


A medicação antidepressiva parece ser a solução.Para ela.Curiosamente, seu humor não está deprimido.Fala dos fracassos do passado, pessoais e profissionais, e, principalmente, do quanto se arrepende de não ter ousado mais na vida e feito escolhas que ela queria e não as que supriam a expectativa alheia.Tem medo de que tudo o que venha a fazer não dê certo.Acredita que foi vítima das circunstâncias do passado, que "não teve a sorte de muitos".


Medo, vitimização e culpa perpassam todo o seu discurso.


Antidepressivos resolvem???