sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Assédio moral no trabalho: o perfil do assediado (vítima)

Perfil do assediado

A vítima do terror psicológico no trabalho não é o empregado negligente. De acordo com pesquisadores as vítimas são os empregados com um senso de responsabilidade quase patológico, são ingênuas (acreditam nos outros e naquilo que fazem), são, geralmente, pessoas bem educadas e com valiosas qualidades profissionais e morais. De um modo geral, a vítima é escolhida por ter algo mais. E é esse algo mais que o perverso pretende roubar. As manobras perversas reduzem a auto-estima, confundem e levam a vítima a desacreditar de si mesma e a se culpar. Fragilizada acaba adotando comportamentos induzidos pelo agressor. Seduzido e fascinado pelo perverso, o grupo não acredita na inocência da vítima e acredita que ela tenha consentido e seja cúmplice da própria agressão.

De acordo com Baierle (2005), as pessoas transparentes e escrupulosas são mais sujeitas à coação moral: as vítimas parecem ingênuas, crédulas. Para essas vítimas é difícil imaginar que o outro seja destruidor, assim elas procuram encontrar explicações lógicas . Para as pessoas que não são perversas é difícil entender que tanta manipulação seja feita por maldade. Os assediados, são pessoas apegadas à ordem e com apurado senso de justiça, que julgam o próximo por seu próprio comportamento. A vítima se dispõe a entender e aceitar as atitudes do assediador, procurando fazer autocrítica, questionando-se se poderia ter causado o comportamento do outro.

De acordo com Alkimim (2005), uma vez instalado o processo de assédio moral, existe uma tentativa de destruir a vítima e afastá-la da organização do trabalho. A vítima inicialmente se sente culpada e não acredita na perversidade do agressor, assim ela tenta uma melhor solução para evitar o desemprego e a instabilidade do clima de trabalho, podendo apresentar queda na produtividade pelo desgaste emocional, assim como stress, fadiga e outros efeitos maléficos sobre a saúde física e mental em razão da somatização.

Referências:
BAIERLE, A.W. Assédio Moral: Aguente ou desista. Será? Monografia apresenta no Curso de Especialização em Direito e Processo do Trabalho. Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina - CESUSC, 2005.
ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba: Juruá, 2005.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Maledicências....




Ciclano diz: "fulano não presta....acabou com minha vida. Uns "solidarizam-se".Outros, reforçam a condição de vitima de ciclano e corroboram como a afirmativa.

Jogo de egos, de projeções. "Fulano é um monstro". O que é ser um monstro? 

Mágoas, ressentimentos acumulam o fel do ódio em nossas entranhas. E aí, vamos ressoando em nossas próprias mentes, de forma hipnótica, de que a pessoa com que nos magoa é má e "eu é que sou do bem".O velho maquiavelismo bem versus mau.

Muitas vezes, um simples desentendimento gera uma tormenta em copo d'água a ponto do copo se quebrar. 

Aí você pergunta: quem tem razão, fulano ou ciclano?

Eu respondo: a razão já se perdeu faz tempo.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Quando a tristeza vira vício



Maria se diz uma mulher triste. Pelo menos é o que ela diz. Não se lembra de quando já esteve feliz outrora. A vida morna, sem expectativas e sem novos empreendimentos, nunca foi satisfatória. "Sempre foi assim". Não consegue extrair nada positivo de uma experiência ruim. Também não sabe aproveitar os bons momentos....no fundo, tem medo de que, se for feliz, algo de ruim possa acontecer depois. Como se tornar-se feliz fosse pecado. Felicidade pode ser perigosa. No fundo, Maria tem medo de ser feliz. A tristeza é uma garantia de que nada pior possa acontecer. É um lugar conhecido. Felicidade assusta.

Neuróticos




Ela sofre. As pessoas não gostam dela nem a entendem. Sempre foi vítima da "maldade alheia" e das circunstâncias. As pessoas são ingratas com ela. Ninguém reconhece o que ela faz. Não é a toa que ela sofre. Sem falar na inveja alheia....
A vitimização: os outros são responsáveis pelo sofrimento. Os outros são obrigados a ser como ela quer e fazer o que agrada à ela. A inveja é alheia, sempre. Ela quer controlar a vida: as pessoas tem que ser como ela quer, e satisfazer seu desejo. As expectativas tem que ser satisfeitas de forma plena; do contrário, a culpa é do outro. E, claro, ela acaba projetando a sua própria inveja nos outros.



domingo, 16 de novembro de 2014

Aprendizado além do verbo

Conversando com pessoas amigas e refletindo a respeito, acredito que Jesus Cristo tenha utilizado a parábola como forma de transmissão de ensinamento por ser uma forma eficaz de aprendizado que transcende o tempo e universaliza o exemplo dado, podendo ser aplicado na vida pessoal de qualquer pessoa - se esta estiver disposta a aprender.




Não é muito diferente o caso dos koans: espécie de  narrativa, diálogo ou pergunta, o koan oriunda do budismo zen , e contém aspectos que são inacessíveis à razão. Desta forma, o koan tem, como objetivo, propiciar a iluminação espiritual do praticante de budismo zen através da interrupção do seu fluxo de pensamentos. São contos , perguntas ou afirmativas que causam impacto no fluxo de pensamento; permitindo ao indivíduo uma reflexão, insight ou questão que foge ao raciocínio meramente intelectual.Isso permite que a pessoa entre em contato com as suas emoções, podendo criar novas formas de ver, sentir ou pensar sobre uma determinada questão, comportamento ou modo de ser. Em suma, o koan, parábolas ou algo similar faz com que o indivíduo escape da racionalização, que afrouxe suas defesas intelectuais a fim de estabelecer novas conexões mentais.




Vejamos um exemplo de koan:



Nada Existe

YAMAOKA TESSHU, quando um jovem estudante Zen, visitou um mestre após outro. Ele então foi até Dokuon de Shokoku. Desejando mostrar o quanto já sabia, ele disse, vaidoso: "A mente, Buddha, e os seres sencientes, além de tudo, não existem. A verdadeira natureza dos fenômenos é vazia. Não há realização, nenhuma delusão, nenhum sábio, nenhuma mediocridade. Não há o Dar e tampouco nada a receber!"
Dokuon, que estava fumando pacientemente, nada disse. Subitamente ele acertou Yamaoka na cabeça com seu longo cachimbo de bambu. Isto fez o jovem ficar muito irritado, gritando xingamentos.




"Se nada existe," perguntou, calmo, Dokuon, "de onde veio toda esta sua raiva?"

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Qual a parte mais importante do corpo?!




Quando eu era muito jovem, minha mãe me perguntou qual era a parte mais importante do corpo.
Eu achava que o som era muito importante para nós, seres humanos, então eu disse:

- Minhas orelhas, mãe.

- Não, disse ela. Muitas pessoas são surdas...
Mas continue pensando sobre este assunto. Em outra oportunidade eu volto a lhe perguntar.

Algum tempo se passou até que minha mãe perguntou outra vez.
Eu havia pensado bastante e imaginava ter encontrado a resposta correta.
Assim, desta vez eu lhe disse:

- Mãe, a visão é muito importante para todos, então devem ser nossos olhos.

Ela me olhou e disse:

- Você está aprendendo rápido, mas a resposta ainda não está correta, porque há muitas pessoas que são cegas...
Eu havia errado outra vez!

Continuei minha busca por conhecimento ao longo do tempo.
Minha mãe voltou ao assunto várias vezes, mas a cada resposta minha, ela retrucava:

- Não... Mas você está ficando mais esperta a cada ano.
Então, um dia, meu avô morreu.

Todos estavam tristes. Todos choravam. Até mesmo meu pai, que eu nunca havia visto chorar.
Minha mãe olhou para mim quando fui dar o meu adeus ao vovô, e me perguntou:
- Você já sabe qual a parte do corpo mais importante?

Fiquei um tanto chocada por ela me fazer a pergunta justamente naquele momento.Sempre achei que era apenas um jogo entre nós duas.
- Hoje é o dia em que você necessita aprender esta importante lição, disse ela.
Ela me olhou de um jeito que só uma mãe pode fazer e falou:

- Minha querida, a parte do corpo mais importante são seus ombros.

Intrigada, perguntei: - Porque eles sustentam minha cabeça?

- Não, respondeu ela, é porque podem apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado quando eles choram.
Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento de sua vida.Naquela ocasião eu descobri qual a parte do corpo mais importante.

Descobri, também, a importância de ser "simpático" à dor dos outros.Porque, naquela hora, quem precisou de um ombro fui eu.
- Espero que você tenha bastante amor e amigos, e que seus ombros estejam sempre à disposição quando alguém precisar - disse minha mãe.

Sempre que recordo este fato, lembro da seguinte citação:

"As pessoas esquecerão do que você disse... esquecerão do que você fez... mas as pessoas nunca esquecerão do que você as fez sentir."

"Os bons amigos são como estrelas... você nem sempre as vê, mas sabe que sempre estão lá."

sábado, 10 de março de 2012

IDADE NÃO TEM IDADE

Vocês sabem que eu sou fã incondicional do Karnal e que quando eu crescer eu vou fazer filosofia ou, como o Karnal, história das religiões.Vejam esse trecho do vídeo, no tema da "idade perfeita". Vale a pena, porque a gente pensa que o ideal está sempre retrógrado ou adiante de nossos olhos.E assim, a vida passa.E  por isso não é usufruída no seu aqui e agora.